Reproduzimos matérias publicadas no CLIPPING UERJ. O Globo - On line - pg. - 19/5 Globo Online RIO - O reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Nival Nunes de Almeida, e o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderlei de Souza, apresentaram visões diferentes sobre as condições da universidade, em entrevista nesta sexta-feira à rádio CBN. Para o reitor, a instituição passa por uma crise financeira que pode ser constatada em números: - Em 2002, o orçamento anual da Uerj era de R$ 46 milhões. Em 2005, caiu para R$ 38 milhões. E neste ano a governadora Rosinha Garotinho cortou mais 25% do nosso orçamento. Enquanto isso, nossas contas continuam aumentando. Precisaríamos de R$ 57 milhões para garantir uma boa manutenção da universidade - disse Nival. O secretário rebateu as declarações afirmando que a instituição não gere seus recursos como deveria: - A Uerj precisa é de uma melhor administração financeira. Seu orçamento é maior do que os de muitos municípios do interior. Wanderlei acrescentou que os R$ 6 milhões de dívidas da universidade com seus fornecedores não é motivo de preocupação. - Alguns órgão públicos têm dívidas ainda maiores e conseguem geri-las - disse o secretário, lembrando que recursos da Faperj (cerca de R$ 800 mil) foram direcionados para a Uerj, em oito parcelas, até o fim do ano. - Temos como prioridade pagar as contas de energia elétrica, telefone e outras atividades determinadas por lei. Depois de pagar as contas, falta dinheiro. O dinheiro da Faperj tem um destino específico e fica muito complicado para gerenciar outras atividades dentro da universidade - explicou o reitor, em entrevista ao RJ-TV. Governo pode entrar na Justiça para garantir vestibular O secretário anunciou na quinta-feira que, caso a decisão de suspender o vestibular da Uerj não seja revista pelo Conselho Universitário da instituição, o governo poderá entrar na Justiça para garantir a realização do concurso. Ele também determinou o corte do ponto dos servidores e professores da universidade, em greve desde 3 de abril. Wanderlei disse que não vai negociar com a categoria enquanto houver paralisação. Segundo ele, quando o movimento foi iniciado, o governo do estado foi claro ao informar que não teria como dar reajuste salarial este ano. Professores e servidores pedem aumento de 54%. Uenf e Bombeiros devem manter concurso Mesmo se a Uerj resolver cancelar o vestibular Estadual 2007, quem se inscreveu para a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), academias do Corpo de Bombeiros ou da Polícia Militar – que também fazem parte do concurso – podem não ser tão prejudicados. As instituições estão analisando outras formas de manter seus processos seletivos. O pró-reitor de graduação Uenf, Almy Júnior Cordeiro de Carvalho, disse que o vestibular da unidade está garantido: - Entendemos o problema da Uerj neste momento, pois também fomos afetados pelo corte da verba. Espero que a universidade tenha uma solução rápida. Mas, se até julho não tivermos uma resposta, teremos que fazer um convênio com outra instituição ou organizar nosso próprio concurso. A coordenação do concurso do Corpo de Bombeiros também espera que o Estadual 2007 seja realizado pela Uerj. Caso a universidade demore a confirmar se fará ou não a seleção, a instituição tentará convênio com outra faculdade. A PM ainda não se pronunciou sobre o caso. Representantes da Associação de Docentes (Asduerj) e do Diretório Central dos Estudantes haviam entregado, em abril, ao Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão (Csepe) um pedido de suspensão do vestibular da Uerj, alegando que a universidade não tem condições de receber mais estudantes. A votação ocorreu na última terça-feira. A decisão seria uma forma de os professores forçarem o governo do estado a negociar com a categoria
Pais, estudantes e servidores prepararam cartazes no pátio do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAP/Uerj), na Tijuca. Depois, eles deram um abraço simbólico no prédio e saíram em passeata pelas ruas do bairro. Na tarde desta quinta-feira, professores, alunos e funcionários da Uerj se reuniram para anunciar que a greve, que já completou 46 dias, vai continuar por tempo indeterminado. Eles querem abrir um canal de negociação com o governo do estado. Estudantes e servidores reivindicam aumento da verba que garante a manutenção da universidade de R$ 38 milhões para R$ 57 milhões. Também exigem recursos emergenciais para reformar o campus. Segundo a reitoria, para isso seriam necessários R$ 10 milhões. Os servidores ainda pedem reajuste salarial de 54%. Em março, o governo do estado fez um corte de 25% em todos os órgãos estaduais, alegando que precisava cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas, na semana passada, voltou atrás em relação à Uerj. No Diário Oficial do dia 10 de maio foi publicada a abertura de um crédito ao orçamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), no valor de R$ 8.425.600,00. O dinheiro será repassado à Uerj, dividido em oito parcelas. De acordo com o decreto, a verba só pode ser gasta da seguinte maneira: R$ 560 mil para auxílio financeiro a estudantes, R$ 360 mil para material de consumo, R$ 5,545 milhões para outros serviços de terceiros, como a contratação de professores substitutos. “Temos como prioridade pagar as contas de energia elétrica, telefone e outras atividades determinadas por lei. Depois de pagar as contas, falta dinheiro. O dinheiro da Faperj tem um destino específico e fica muito complicado para gerenciar outras atividades dentro da universidade”, disse o reitor da Uerj, Nival de Almeida. Em Campos, no Norte-Fluminense, o Secretário Estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderlei de Souza, disse que não há crise financeira na Uerj. “A Uerj vem crescendo. É impossível para qualquer instituição crescer de forma qualitativa e quantitativa se os recursos estiverem diminuindo. Ainda não conheço essa mágica”, argumentou o secretário. Durante a coletiva, os servidores falaram ainda sobre a greve e a crise que atinge também o Hospital Universitário Pedro Ernesto. Segundo eles, faltam medicamentos e o teto do ambulatório da pediatria desmoronou por causa de infiltrações. O hospital teria uma dívida de quase R$ 2 milhões com fornecedores de alimentos, o que estaria prejudicando a qualidade das refeições servidas aos pacientes. A Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia informou que foram liberados R$ 12 milhões para conclusão das obras na Unidade Perinatal e para compra de insumos necessários ao funcionamento do hospital. A secretaria também afirmou que não vai negociar enquanto os servidores permanecerem em greve.
Recente comunicado enviado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação à Uerj deixou transparecer, aos mais atentos, a difícil relação entre o secretário Wanderley de Souza e o reitor Nival Nunes. O clima, que nunca foi bom, azedou de vez com a crise na Uerj. No documento, do último dia 10, o secretário destaca o "prazer" de informar que foi possível evitar o corte na Cota de Manutenção da Uerj devido à "compreensão" da governadora do importante papel desempenhado pela universidade. Solução paliativa 1 No entanto, em resposta no último dia 11, o reitor questiona a solução apresentada pelo secretário, classificando-a de paliativa. O professor Nival Nunes afirma que o corte no orçamento da Uerj permanecerá. Para ele, a proposta é inadequada e já havia sido apresentada durante as negociações, sendo rejeitada pela instituição. Solução paliativa 2 O professor Nival Nunes defende que os recursos da Faperj devem ser utilizados apenas para pesquisa e não na manutenção da universidade. Ele considera também que a medida fere a autonomia universitária e dificulta a gestão dos recursos.
Declarando-se impotente para resolver a situação, Conde garantiu que tentaria marcar uma audiência dos grevistas com a governadora Rosinha Garotinho, e aí é que o fim da greve do ex-governador entra em campo. Como todos sabem, durante os dias em que Garotinho permaneceu confinado na sede do PMDB à base de soro e água, Rosinha não arrredou pé do local, zelando pela saúde do marido e deixando de lado a maioria dos problemas enfrentados pelo Estado sob a sua administração, entre eles a greve dos funcionários da Uerj. Não é bem assim Apesar do decreto que determina o aporte de recursos na Uerj e na Uenf especificar que os valores são oriundos de verbas antes destinadas à assistência estudantil, o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, continua negando que estudantes e pesquisadores serão prejudicados com redução de investimentos. Em carta enviada ao Jornal da Ciência, o dirigente diz que nenhum programa da Faperj será afetado pelo aporte de recursos para as instituições.
O parlamentar quer saber também o prazo estabelecido para a devolução da taxa de inscrição paga pelos candidatos. Brazão lembrou, ainda, que foram feitas mais de 70 mil inscrições para o vestibular ao valor de R$ 36. - Isso dá uma arrecadação aproximada de mais de R$ 2,5 milhões. Será que esse valor não cobre todas as necessidades para a realização do concurso? - indagou o parlamentar. O requerimento dá um prazo de trinta dias para que as informações sejam repassadas ao gabinete.
Colégio de Aplicação, que um dia foi dos mais conceituados, vive grave crise Professores, pais e alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (CAP-Uerj) realizaram ontem um abraço simbólico à unidade da escola no Rio Comprido. O ato reivindicava ajustes salariais para os professores e chamava a atenção do governo estadual para os problemas de estrutura das acomodações das salas de aulas da tradicional instituição de ensino fundamental e médio, que recebe por dia 1.100 alunos. Os estudantes estão sem aulas há 47 dias. Cerca de 500 pessoas partiram da sede do colégio, na Rua Santa Alexandrina, deram uma volta na Praça Condessa Paulo de Frontin e voltaram pela Av. Paulo de Frontin. O ato dos professores e alunos do CAP é mais um desdobramento da crise que se instalou no sistema educacional do Estado do Rio. Terça-feira, o Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão da Uerj decidiu suspender o Vestibular 2007. Por conta da greve dos servidores públicos, somando alunos de graduação da Uerj e do CAP, são cerca de 25 mil estudantes sem aulas desde 3 de abril. Mesmo prejudicados pela perda de mais um mês de aulas, alunos e pais apóiam os professores. Aluna do segundo ano do ensino médio, Flora Mangimi, 16 anos, moradora da Tijuca, estuda no CAP desde a 5ª série. - Sou a favor da greve dos professores - posiciona-se Flora. - Mas lamento muito a perda de tantos dias de aula, pois acho que vai ser difícil repor as matérias. Para os alunos universitários é bem mais fácil. Vice-diretora do CAP, Maria Célia Mendonça diz que os professores da escola vão repor todas as aulas quando a greve terminar - data ainda não definida. Maria Célia reclama que as bibliotecas do colégio têm péssimas condições de uso. As salas são pequenas e comportam no máximo uma turma por vez. O refeitório é outro ponto negativo na escola, que possui sistema integral - Os mais velhos têm permissão para ir almoçar na rua - conta Maria Célia. - Os mais novos têm de se dividir em grupos de 30 para comer em um refeitório pago. Mesmo diante dos problemas do colégio, a entrada - feita por uma seleção por prova - ainda é muito concorrida. Milhares de alunos tentam ingressar no CAP. O engenheiro Paulo Sérgio Freire, 42 anos, morador do Maracanã, nem pensa em trocar a escola da filha Paula, 10 anos, da 4ª série. - O colégio é uma referência - acredita Paulo. Mesmo com o sufoco dos dias atuais, sei que a base que minha filha vai ganhar no CAP vai ser muito importante para o seu futuro profissional. Na quinta-feira, os professores, alunos e servidores darão uma aula pública na Praça Condessa Paulo de Frontin.
Secretaria diz que entrará na Justiça para garantir vestibular O Governo estadual vai recorrer à Justiça para forçar a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) a realizar o vestibular 2007, caso haja o cancelamento do concurso. O calendário de provas está suspenso por tempo indeterminado. A situação preocupa as instituições participantes do vestibular estadual unificado, que reúne 72.200 candidatos. Se não houver solução para o impasse até julho, a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar vão firmar convênio com outra universidade para garantir o ingresso de novos alunos. A greve completa hoje 47 dias. Ontem, estudantes, professores e funcionários da Uerj decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado. O secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, determinou ontem o corte de ponto dos grevistas. Passeata contra corte de verbas Ontem, alunos, professores e funcionários deram um abraço simbólico em torno do Colégio de Aplicação da Professores que não aderirem à paralisação na Uerj deverão encaminhar oficio à Secretaria Estadual de Administração (Sare) para evitar o desconto no contracheque de maio, pago em junho. A comunicação deverá ser feita através da reitoria, das diretorias de centros, das unidades, dos departamentos ou por iniciativa própria, para que seus salários não sejam suspensos. Ontem, a Secretaria de Ciência e Tecnologia recebeu comunicado informando que professores do Departamento de Anatomia do Instituto de Biologia e alunos dos cursos de Medicina, Ciências Biológicas, Nutrição e Enfermagem concordaram em retomar as atividades segunda-feira. A secretaria informa ainda que o pagamento de maio não ocorrerá na data usual, pois será necessária elaboração de folha suplementar. Hospital sofre sem recursos Servidores do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), em Vila Isabel, denunciam as precárias condições de trabalho e atendimento aos pacientes. De acordo com os funcionários, faltam tranqüilizantes para pacientes da Psiquiatria e até analgésicos para doentes com câncer. Cirurgias chegaram a ser canceladas por falta de roupa para a equipe médica. O hospital ainda deve R$ 1,7 milhão a fornecedores de alimentos. Segundo o diretor-geral do Pedro Ernesto, o médico Carlos Eduardo Andrade Coelho, a partir de segundafeira estarão em funcionamento duas autoclaves (aparelhos para esterilização) compradas pelo hospital. Em relação ao débito com os fornecedores, o diretor Carlos Eduardo garante que foram pagas as parcelas referentes ao segundo semestre de 2005, restando dívida de R$ 200 mil deste ano. "Se houve casos pontuais de falta de medicamentos, pode ter ocorrido por solicitação de remédios que não estavam na lista de prioridades do hospital", afirma.
Secretário pede ainda o corte do ponto de grevistas da Uerj O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderlei de Souza, ameaça ir à Justiça para garantir a realização das provas do vestibular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), caso o conselho de ensino da instituição insista em manter a suspensão do concurso por tempo indeterminado. Ontem, o governo do estado mandou cortar o ponto dos servidores. Numa passeata na Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido, estudantes protestaram contra o adiamento das provas. À tarde, em entrevista, os grevistas disseram que, caso o governo não iniciasse uma negociação, a suspensão seria mantida. Direito à devolução Em nota, o secretário informou que pediu ao reitor da Uerj em abril o corte de ponto dos servidores. Como não foram tomadas as providências, ele teria encaminhado à Secretaria estadual de Administração um ofício pedindo que suspendesse o pagamento dos servidores. Anteontem, a Uerj informou que a taxa de inscrição do vestibular (de R$ 36) não seria devolvida. Entretanto, o promotor Rodrigo Terra, da Promotoria de Defesa do Consumidor, afirma que eles têm direito à restituição: - Se no edital constava uma data em que o serviço (vestibular) seria realizado e ela foi alterada pela universidade, quem pagou a taxa pode ir à Justiça pedir o dinheiro de volta. Só acho precipitado entrar com uma ação agora, pois o problema pode ser resolvido a qualquer momento.
Em 2005, setor foi responsável por mais da metade das paralisações Dois milhões de trabalhadores cruzaram os braços nas 299 greves realizadas no país em 2005 A informação é do Dieese (Departamento lntersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Mais da metade das paralisações (54,2%) ocorreu no setor público, 45,2% no setor privado, e 0,6% nos dois simultaneamente, como os bancos, por exemplo. Em 2004, foram registradas 302 greves. O total de horas paradas no ano passado chegou a 19.475. Das 299 greves, o Dieese apurou o resultado de negociações de 108. Destas, somente 6% tiveram rejeição total das pautas, enquanto 75% contaram com atendimento parcial ou integral das reivindicações. A negociação direta foi o método mais utilizado para a solução dos conflitos, o que aconteceu em 89% dos movimentos analisados. No setor público, 11% das paralisações foram de profissionais federais; 22%, estaduais; 12%, municipais; e 8%, de empregados de empresas estatais. Na iniciativa privada, os trabalhadores da indústria lideraram, com 24,7%, seguidos pelos funcionários do setor de serviços (19,7%) e trabalhadores do comércio (0,3%) e rural (0,3%). Segundo o Dieese, 69,2% das greves foram propositivas - ou seja, os trabalhadores queriam reajuste ou melhores condições. A reivindicação mais freqüente foi a de aumento salarial, em 47% dos movimentos. Pela ordem de incidência, as demais foram plano de cargos e salários (20%), auxílio-alimentação (17%), condições de trabalho (15%), protesto por atraso no pagamento salarial (12%) e participação nos lucros e resultados da empresa (12% ). O governo do Estado determinou o corte de ponto dos grevistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A Secretaria estadual de. Ciência, Tecnologia e Inovação pretende entrar na Justiça para garantir a realização do vestibular, caso o Conselho de Ensino mantenha a decisão de suspender o concurso. A queda de braço entre governo e grevistas piorou ontem à tarde. Representantes de associações de professores, funcionários e alunos da Uerj, afirmaram que se não houver uma negociação direta com a governadora, as entidades vão manter a suspensão até não ser mais possível haver o concurso de 2007. Nada de aumento Segundo Wanderlei, não haverá reajuste, mas o corte já foi recomposto e, portanto, não teria mais motivos para a paralisação. Os servidores da Uerj estariam sem aumento desde 2002. O motivo da suspensão do vestibular, seria falta de condições para receber novos alunos. Inaceitável que o governo do estado tenha dilapidado um dos maiores patrimônios do nosso estado e do Brasil: a Uerj. O Rio possui uma das melhores universidades do país e dela se orgulha. O dinheiro que está agora nas ONGs, transferida pelo governo para alimentar campanha eleitoral, deveria ter ido para a saúde, a educação. Agora faz falta à Uerj. Como resultado, milhares de jovens se vêem sem a possibilidade de realização de uma carreira. É a mais completa demolição do nosso estado. CARLOS ROCHA (via Globo Online, 18/5), Rio Fiz minha graduação em educação física na Uerj e lá passei por diversas greves, uma delas que durou três meses. Hoje, após terminá-la, trabalho lá e me revolto com o estado de conservação, os salários dos professores, ou seja, com tudo o que uma péssima administração do governo do estado gerou para aquela maravilhosa casa. Curso fisioterapia na UniBennett, instituição particular, também em greve, devido a sucessivas administrações ruins. Ou seja, a educação está em último na lista de prioridades deste país. É um absurdo! ISABELA HENRIQUES LUCAS (por e-mail, 18/5), Rio A suspensão do vestibular da Uerj é uma decisão tomada com muita dor e apreensão por professores, funcionários técnicos-administrativos e estudantes que fazem da Uerj seu projeto de vida. Significa o reconhecimento de nossa impotência frente às condições de descaso e abandono que o governo do estado relegou à universidade. Não há reposição salarial nem reajuste de bolsas para estudantes há anos, prédios estão desabando, não há água em banheiros e bebedouros, laboratórios e recursos audiovisuais estão sucateados. Apesar do esforço dos professores na captação de recursos em projetos de pesquisa e extensão, chegamos ao limite, e não temos condições de continuar em funcionamento. Essa é a realidade: a Uerj está sendo destruída. Não é possível se prestar ensino superior de qualidade a um real! ROSANA GLAT coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uerj (por e-mail, 18/5), Rio Alguém já pensou que os 75 mil inscritos para o vestibular da Uerj são jovens que sonham ter uma instrução superior de qualidade e estão sendo frustrados? E que seus pais (150 mil pessoas) esperavam um futuro melhor para seus filhos e muitos, com grande dificuldade de conseguir os R$ 36 pagos pela inscrição, estão vendo tudo desmoronar porque falta verba para a universidade ser recuperada e que está caindo, literalmente aos pedaços, oferecendo perigo de vida, tanto para alunos, como para professores e funcionários? O que as autoridades estão esperando? DESIRÉE PESSÔA (via Globo Online, 18/5) O Globo - Rio - pg. - 19/5 O governo do estado decidiu endurecer com os grevistas da Uerj. De acordo com Wanderley de Souza, secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação - a quem a Uerj está subordinada - a secretaria poderá recorrer à Justiça para garantir a realização do concurso, caso seja mantida a decisão do Conselho de Ensino de suspender por tempo indeterminado o vestibular. Ele determinou ainda o corte do ponto dos servidores. - Nós não vamos negociar com os servidores em greve - informou o secretário. A decisão do governo foi tomada à tarde, depois de uma entrevista de representantes de associações de professores, funcionários e alunos da Uerj. Na entrevista, eles disseram que, caso não houvesse uma negociação diretamente com a governadora Rosinha Garotinho, a decisão das entidades de pedir a suspensão do vestibular aos conselheiros seria mantida até inviabilizar a realização do concurso. Em nota oficial, o secretário informa que pediu ao reitor da Uerj, em abril, o corte do ponto dos servidores. Como não foram tomadas providências, ele fez o pedido à Secretaria de Administração. Wanderley disse ainda que os funcionários foram recebidos antes de iniciarem a greve e informados de que não haveria reajuste salarial. Segundo ele, a greve começou com a alegação de que haveria um corte de 25% da verba de custeio. Wanderley afirmou que houve recomposição da verba e, portanto, não haveria mais motivo para a paralisação. Na entrevista ontem, os servidores disseram que foram recebidos por vários secretários, mas todos disseram que só a governadora Rosinha Garotinho poderia decidir sobre reajustes e mais verbas para a Uerj. Nilda Alves, diretora da associação dos docentes, disse que, com o corte de verbas, a universidade não tem condições de receber novos alunos. Segundo ela, a reposição dos cerca de R$ 800 mil por mês que foram retirados não poderá ser garantida pela Faperj, porque esta entidade também não tem recursos: - No meio do ano passado fizeram um edital para projetos de R$ 900 mil. Não pagaram a ninguém até hoje. O secretário disse que a Faperj "deveu, deve e vai dever". Ele explicou que isso é normal em entidades de fomento à pesquisa e que os pagamentos são feitos à medida que os projetos ficam prontos. Alunos e professores do CAP-Uerj fazem protesto Em greve há 47 dias, cerca de 300 professores, funcionários técnico-administrativos e estudantes do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAP-Uerj) fizeram um protesto ontem contra o que consideram o descaso do governo com a instituição. Pela manhã, o grupo deu um abraço simbólico no colégio e seguiu em passeata pela Rua Santa Alexandrina e pela Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido. O CAP-Uerj atende a cerca de 1.200 alunos num prédio da Santa Alexandrina. Segundo o diretor da instituição, Lincoln Tavares Silva, o colégio deveria ficar temporariamente naquele local, mas já está funcionando ali há alguns anos. Saiba mais sobre o caso Os grevistas reivindicam reajuste salarial, melhoria das condições da Uerj e o fim do corte de 25% das verbas de custeio da universidade. O governo já declarou que esse percentual poderá ser restituído no próximo orçamento, que será analisado no segundo semestre. Para resolver o problema deste ano, o estado remanejou verbas da Faperj para a universidade. Diante do impasse, no início desta semana, o Conselho de Ensino decidiu por 18 votos a favor e cinco abstenções suspender o vestibular por tempo indeterminado
Manifestantes fazem ato simbólico no Colégio de Aplicação da universidade Professores, pais, alunos e funcionários do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CapUerj), localizado na Rua Santa Alexandrina, Rio Comprido, deram um abraço simbólico em torno do prédio da escola ontem, às 10h. Segundo os manifestantes, que estão em greve há um mês, o ato é uma forma de chamar atenção das autoridades para a situação do colégio e da Uerj. As condições precárias da escola e a falta de verbas para as unidades foram um dos motivos da manifestação. Cerca de 500 alunos participaram do ato. Eles tombaram a Avenida Paulo de Frontin e causaram tumulto no trânsito na região. Os sevidores da Uerj estão em greve desde o último dia 3 de abril. Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a greve continua por tempo indeterminado. O calendário do vestibular foi adiado e ainda não há previsão de quando irá acontecer. A primeira prova estava marcada para o dia 25 de junho. Professores que integram o conselho dos grevistas disseram que o adiamento faz-se necessário na medida em que a universidade não tem nenhuma condição de receber mais estudantes no momento. - É preciso, no entanto, tornar público o que está acontecendo. O Governo do Estado cortou no início do ano 50% da verba destinada à Uerj para 2006. E se propõe agora a nos dar 25% do que foi tirado. Há seis anos que o salário da categoria não é reajustado - reclamou o professor de francês Décio Rocha. A Uerj informou que o conselho universitário ainda não decidiu quando vai se reunir para discutir o calendário de provas do vestibular 2007. Instituições conveniadas estudam saídas Enquanto o conselho universitário da Uerj não define as novas datas das provas do vestibular, as instituições conveniadas que participam do concurso já estão estudando outras formas de garantirem seus processos seletivos. A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) afirmou que seu vestibular irá acontecer. De acordo com o pró-reitor de graduação da Uenf, a instituição irá esperar uma resposta da Uerj quanto às novas datas do processo seletivo até julho. Depois, disso, se não houver uma definição, a Uenf pretende fazer um convênio com outra instituição ou organizar ela mesma o concurso. A atitude da coordenação do concurso do Corpo de Bombeiros foi semelhante à da Uenf. Se a Uerj demorar a confirmar se fará ou não o vestibular, a coordenação pretende fazer convênio com outra faculdade. A Academia da Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o assunto.
"Estamos em estado de greve e caso não haja uma solução ao nosso pleito, a categoria votará por uma paralisação em assembléia no dia 24. Fazemos a nossa parte de negociar com o governo e buscar o diálogo, mas sabemos que quanto mais tempo passa, mais fica difícil de colocar fim ao impasse", afirma o sindicalista. Ramon lembra que a categoria tem pressa, pois o calendário eleitoral em 2006 pode atrapalhar. "Qualquer mudança salarial tem que ser publicada em Diário Oficial até o dia 30 de junho. Após esta data, entramos em período eleitoral e o reajuste ficaria para 2007", explica. Para os representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado (Sintuperj) na Uenf, a possibilidade de greve também não está descartada. Os servidores realizam assembléia na próxima terça-feira, dia 23, para decidir se iniciam ou não a paralisação. De acordo com Oswaldo Luiz, coordenador da entidade, os funcionários da universidade enfrentam condições precárias. "A situação em determinados setores, especialmente alguns que lidam diretamente com o campo, é muito complicada. Existem pessoas que estão se endividando com financeiras para poder saldar suas dívidas", alerta. Folha Dirigida - Ensino Superior - pg. - 18/5 A reitoria da Uerj não ficou satisfeita com a solução dada pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Secti) para recompor o custeio da instituição. O governo havia cortado 25% do orçamento de todas as suas pastas, mas um decreto publicado na semana passada recompôs os recursos a partir de verbas oriundas da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) em oito parcelas mensais. De acordo com o reitor Nival Nunes, os recursos ainda são insuficientes. Nival tenta negociar com o governo para recuperar a cota de 2005, cerca de R$3,3 milhões por mês. "Estamos à disposição do secretário para continuarmos o diálogo. Um ofício foi enviado para a secretaria em abril, mas até hoje não houve resposta. Ou melhor, a resposta deles foi o decreto", ironiza. Ele diz que a parcela mensal destinada à Uerj é limitada e dificulta a gestão. A pró-reitora de Planejamento da instituição, Suzana Padrão, confirma. "Ainda não desistimos, pois nossa intenção é que a Uerj recupere o patamar que tinha em 2005. Este valor está longe do ideal, mas pelo menos nos permitia funcionar dentro da normalidade. O valor que temos hoje, mesmo com o repasse, é insuficiente". O fato do dinheiro vir de uma fundação de apoio à pesquisa também preocupa, pois de acordo com a reitoria pode ferir a autonomia universitária. Em nota, a instituição afirmou que este tipo de solução já havia sido descartada pela comunidade acadêmica por não ser considerada a mais adequada. Suzana explica que o valor da cota, com os recursos da Faperj, está em torno de R$3,12 milhões, o que representaria um acréscimo de 2,5% ao orçamento previsto para 2006. Secretário diz que governo estabeleceu prioridades De acordo com a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Secti) a recomposição do orçamento de custeio da Uerj e da Uenf através de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa (Faperj) não é uma solução definitiva, mas necessária para manter o equilíbrio financeiro do Estado. Assim que anunciou a recomposição, o secretário Wanderley de Souza afirmou que continuaria a negociação com a universidade. "Claro que quando o dinheiro é curto, temos que estabelecer prioridades", declarou. Por hora, no entanto, não há qualquer reunião agendada. Na comunidade acadêmica, a preocupação maior é com uma possível instabilidade nos repasses. Professores e sindicalistas acreditam que a medida pode acabar fragilizando o já desgastado orçamento das universidades. Denise Brasil, vice-presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), afirma que a solução não contempla as necessidades da instituição. "Se esta é uma fundação de amparo à pesquisa, o dinheiro deveria ir para pesquisa. E o problema maior é que nosso custeio fica fragilizado. Este repasse em oito parcelas é muito instável. Não sabemos até que ponto os prazos serão respeitados", reclama. De acordo com Denise, a categoria também quer discutir a questão com o governo, pois o ideal é que o custeio das instituições continue vindo do orçamento do estado. Para Ricardo Moderno, professor da instituição e presidente da Academia Brasileira de Filosofia, a primeira solução para resolver o problema seria rever a arrecadação de impostos no estado. O professor afirma que o governo desrespeita a Constituição quando não custeia a instituição. "Tem que haver uma maior fiscalização nas receitas tributárias do Estado", critica. Audiência com governadora não foi marcada Os servidores da Uerj continuam sem expectativa de uma audiência com a governadora Rosinha Garotinho, prometida durante encontro na semana passada com o vice-governador Luiz Paulo Conde. Mesmo com o fim da greve de fome do ex-governador Anthony Garotinho, os sindicalistas acreditam que a situação não mudou. Tanto o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado (Sintuperj) quanto a Associação de Docentes (Asduerj) encaminharam ofício solicitando uma audiência, mas até agora não foram atendidos. Enquanto o governo não os recebe, na próxima terça-feira, dia 23, alunos, funcionários e professores realizam um fórum conjunto. "Por hora a greve continua. Não obtivemos qualquer resposta do vice-governador, que se comprometeu a atuar como interlocutor na nossa negociação. Para a próxima semana, estaremos agendando novas atividades do movimento. Queremos negociar, mas o governo precisa no mínimo nos receber e isso está difícil", afirma a representante do Sintuperj, Débora Lopes. Paula Almada, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), diz que os alunos também prosseguem firmes no apoio ao movimento grevista. "Estamos montando a nossa programação em conjunto com as demais categorias", afirma a estudante. Já os professores da Asduerj realizam assembléia nesta terça, dia 23. Nesta quinta-feira, dia 18, a direção do sindicato divulga nota oficialmostrando ainda disposta ao diálogo com o governo do estado e explicando para a sociedade as razões para o adiamento do vestibular da instituição.
Educação Como cidadã fluminense, estou estarrecida com a situação em que se encontra a educação pública. Como o governo do Rio não se sensibiliza com o estado deplorável da Uerj/Uenf, sua única universidade, a ponto de a mesma ser obrigada a suspender o vestibular 2007? Um Estado que é a segunda economia do país, com petro-royalties de auto-suficiência, deveria ter verbas suficientes (e as tem) para a educação do seu povo! Virginia Graziano, Rio de Janeiro Alunos que já passaram pelo vestibular e hoje estudam na Uerj enfrentam série de problemas diários, decorrentes de crise financeira. No campus do Maracanã, por exemplo, estudantes convivem com estruturas deterioradas, infiltrações, falta de papel higiênico e até buracos no teto do banheiro. "Sinto médo de algo desabar", diz a aluna de Letras Priscila Gomes, 22 anos.
Seis enfermeiros aprovados em concurso público ganham na justiça direito de serem nomeados imediatamente A direção do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), filiado à Uerj, recebeu uma medida liminar concedida pela desembargadora Teresa Cristina Gaulia, da 5 Câmara Cível, determinando a nomeação e a posse imediata de seis enfermeiros aprovados em concurso público mas contratados como prestadores de serviço temporário. Esses seis funcionários fazem parte de grupo de 504 servidores com lotação prevista na maternidade, única do estado com UTI perinatal. A liminar é uma medida concedida por magistrado ao autor da ação ainda antes de ouvido o réu, salvo se houver necessidade de uma justificação prévia. Segundo Frederico Guilherme Sanches, advogado dos enfermeiros concursados que moveram a ação, o diretor do hospital poderá ser punido com prisão caso não respeite a liminar. — Se houver inércia, vou pedir a prisão deles (a direção do hospital) por descumprimento de determinação judicial — diz ele, acrescentando que a concessão dessa liminar poderá criar jurisprudência para que outros concursados reivindiquem na Justiça o direito de serem contratados. O diretor do Hupe, professor Carlos Eduardo de Andrade Coelho, confirma o recebimento da liminar, mas afirma que não tem poderes para a criação dessas vagas. — O diretor não tem autonomia, quem faz isso é o reitor da universidade. Para que essas pessoas sejam efetivadas, é preciso que as vagas sejam criadas e o quadro da universidade está repleto — diz ele. E acrescenta que os concursados sequer foram nomeados e que o prazo de validade do concurso termina dia 13 de julho: — Tenho documentos que provam que fiz tudo para que a situação desses profissionais fosse regularizada. Segundo ele, o novo prazo para inauguração da maternidade, inicialmente previsto para 22 de fevereiro, é o próximo dia 29.
Cerca de 500 professores, servidores técnico-administrativos, pais e estudantes do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAP-Uerj) realizam, nesta quinta-feira, passeata na Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido. Os manifestantes empunham cartazes e gritam palavras de ordem denunciando as condições precárias de funcionamento da tradicional instituição estadual de ensino fundamental e médio. O trânsito no local está engarrafado, com reflexos até a Rua do Bispo. Povo - Geral - pg. 05 - 18/5 Folha Dirigida - On line - pg. - 17/5 O adiamento do concurso veio atender às reivindicações de estudantes da rede estadual e da Faetec, que enfrentaram longas greves este ano. A decisão sobre a suspensão seria inicialmente tomada no encontro do Cesep da última quinta-feira (11), mas o conselheiro Maurício Mota, diretor da Faculdade de Direito, pediu vista ao processo de adiamento e impossibilitou a votação. A sub-reitora de Graduação da Uerj, Raquel Villardi, mostra que o adiamento do vestibular poderá criar problemas financeiros e operacionais para a organização do concurso. "O vestibular se auto-financia e hoje nós temos uma previsão de gastos onde se empatam a receita e a despesa. Se eu tiver que ter mais despesas, corro o risco de não ter dinheiro para pagar. De cara, teríamos a despesa de reimprimir e reenviar todos os cartões de confirmação. Além disso, os contratos com a gráfica e com os veículos para o transporte das provas já estão feitos." Raquel Villardi lembra que a Uerj já acertou com as universidades Gama Filho e Augusto Motta, a cessão dos espaços para a prova no dia 25 de junho. Com a mudança na data, há o risco de estas instituições não estarem mais disponíveis. "Também há uma expectativa da sociedade sobre essa prova. Com a mudança do calendário, algum candidato pode querer o dinheiro de volta e podem haver ações judiciais por perdas e danos contra a Uerj", ressalta a sub-reitora. O Estadual 2007 reúne a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a Universidade Estadual do Norte Fluminense e as academias de oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. O primeiro exame de qualificação, que estava marcado para 25 de junho, tem 72.200 candidatos inscritos. O Departamento de Seleção Acadêmica da Uerj, organizador do vestibular, fará reuniões para avaliar outras possibilidades e definir as novas datas do concurso.
A mais grave crise financeira enfrentada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) resultou ontem no cancelamento do calendário do vestibular 2007 da instituição. A decisão partiu do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, que alegou não ter condições de receber novos alunos por causa do corte de 25% no orçamento e da greve, que completa hoje 45 dias. Por ano, 5 mil estudantes ingressam na universidade. A direção confirmou a medida em nota oficial. Com isso, os 72.200 candidatos inscritos na primeira fase deverão aguardar pela elaboração do novo calendário. Também serão adiadas as provas para as academias de oficiais da Política Militar, do Corpo de Bombeiros e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Ainda esta semana, o departamento de Seleção Acadêmica da Uerj, organizador do vestibular, fará reuniões para avaliar outras possibilidades. Uma das hipóteses é fazer somente um dos dois exames de qualificação - o segundo exame estava marcado para o dia 2 de setembro. Ainda não se sabe se a data da prova discursiva, agendada para 11 de dezembro, também será alterada. Também há o risco de cancelamento do concurso. Neste caso, a taxa de R$ 36 seria devolvida aos inscritos. A Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação informou que aguarda o novo calendário do vestibular e que repassa, regularmente, verbas para manutenção e pesquisa, através da Faperj. Estudantes temem o fim do concurso O adiamento do vestibular deixou alunos do 3º ano do Ensino Médio mais tensos do que em véspera de prova. É o caso da Natasha Nicolau, 17 anos, que se prepara no curso Miguel Couto para vaga de Engenharia Civil na Uerj. "Sempre houve a ameaça nas greves anteriores, mas isso é inédito. Tenho mais tempo para estudar, mas as chances diminuem", afirmou, preocupada com o risco de cancelamento. A medida beneficia alunos da rede estadual e da Faetec, que enfrentaram longas greves. Mas prejudica os que se preparam para a escola de oficiais da PM e dos Bombeiross. "Complica a vida de todo mundo. Vamos reorganizar as turmas", disse o professor Mário Torres, do Curso Somar.
Faltando 40 dias para a realização da primeira prova do vestibular Estadual 2007, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu ontem suspender o calendário do concurso por tempo indeterminado. De acordo com representantes do conselho, novas datas só serão marcadas depois que o governo do estado, entre outras medidas, recompor a verba de custeio da universidade que, em março, sofreu um corte de 25%. Secretário admite rever corte, mas só para 2007 O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, admitiu ontem rever o corte de 25% no orçamento de custeio, mas isso só deverá ser feito para 2007. Segundo o secretário, o corte no orçamento da Uerj foi recomposto com verbas do Programa de Apoio à Infra-Estrutura das Entidades Estaduais de Ciência e Tecnologia. Souza acredita que a suspensão do calendário do vestibular poderá beneficiar alunos de escolas que estavam em greve e não tiveram tempo para se preparar para o concurso: — Dos órgãos do estado, a Uerj e a Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense) foram os únicos para os quais fizemos um grande esforço de manter o orçamento de custeio. A Uerj está recebendo a mais cerca de R$ 882 mil. A primeira prova do Estadual 2007 estava marcada para 25 de junho. Com o impasse, ainda não há decisão sobre o que será feito com a taxa de inscrição já paga por 72 mil candidatos do concurso. Dos conselheiros presentes à reunião, 18 votaram a favor da suspensão, cinco optaram pela abstenção e ninguém votou contra a medida. O reitor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, disse que a universidade precisa avaliar o que será feito a partir de agora em relação ao concurso. Além da Uerj, participam do Estadual 2007 a Uenf e as academias da PM e do Corpo de Bombeiros. — Já entramos em contato com as demais instituições e elas têm um prazo para finalizar a seleção dos seus candidatos — afirmou o reitor. Para a professora Elizabeth Macedo, que é membro do Csepe, a suspensão do calendário é uma forma de pressionar o governo do estado, para que atenda às reivindicações de professores, funcionários técnico-administrativos e alunos da universidade, em greve desde 3 de abril. — Queremos a garantia de que nossas reivindicações serão atendidas. Vamos solicitar nova reunião com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação — disse Elizabeth. Representantes dos estudantes da universidade, que têm direito a voto no conselho, dizem que a decisão do Csepe é uma forma de mostrar à sociedade as condições precárias da Uerj. — Se o vestibular não fosse suspenso, não haveria discussão — argumentou a estudante Paula Almada, membro do Csepe. Durante a reunião, a sub-reitora de Graduação da Uerj, Raquel Villardi, disse que a suspensão do calendário por tempo indeterminado pode causar, entre outros problemas, prejuízos financeiros à universidade, que já empenhou cerca de R$ 850 mil no concurso. Desse total, R$ 212 mil já foram pagos e R$ 306 mil estão em vias de pagamento. Estudantes e educadores foram surpreendidos A suspensão do calendário do vestibular Estadual 2007 pegou de surpresa estudantes e educadores. Frei David Raimundo dos Santos, coordenador da ONG Educafro, que oferece pré-vestibulares para negros e carentes em todo o país, sabia que a Uerj estudava a possibilidade de adiar a prova, mas não imaginava que o motivo da decisão era em virtude da crise financeira: — A Uerj tem razão e, por isso, acho que terá a simpatia da sociedade. Eu me vejo na obrigação de apoiá-los. Vamos juntos pressionar o governo. Vou reivindicar uma reunião com a governadora. Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (Sinepe-Rio), o professor Edgar Flexa Ribeiro não sabia da decisão da Uerj e disse estar perplexo: — Como pode um conselho da universidade tomar uma decisão como esta? Os estudantes que se sentirem prejudicados deverão entrar na Justiça para garantir seus direitos. A decisão da Uerj causou polêmica entre os estudantes. Bernardo Chediter, de 20 anos, aluno do pré-vestibular do Curso PH, acredita que a medida poderá dar tempo para que Uerj resolva outros problemas como a greve dos professores. Ele contou que um amigo, aprovado no exame do ano passado, está até hoje sem estudar. — Não adianta nada receber novos alunos, quando os que já foram aprovados não conseguem iniciar seus cursos — disse Chediter, que pretende prestar o vestibular para o curso de Medicina da Uerj. Alineleni Natividade, 19 anos, aluna do Colégio Pedro II, disse que a suspensão vai atrasar os estudos de quem já tinha criado uma cronograma de provas para o vestibular: — Temo que decisões como estas acabem provocando o retorno da greve de professores do Pedro II. Para Tiago Castino, 18 anos, também Pedro II, os problemas enfrentados pela Uerj demonstram a desorganização da administração estadual. Luiz Biondi e Carlos Alberto |
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