Greve - Notícias 10

Criada em 27/05/2006 19:49 por dirfen_biondi_ca | Marcadores: aluno fen func prof

Reproduzimos matérias publicadas no CLIPPING UERJ.

O Globo  -  Ancelmo Gois  -  pg.   -   22/5
Vestibular da Uerj

Hoje, às 13h, alunos de colégios públicos e particulares do Rio, vestidos de preto, saem de Botafogo rumo ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, para protestar contra o descaso com a educação.

Os jovens reivindicam, entre outras coisas, o direito de prestar o vestibular da Uerj, que foi cancelado por falta de recursos. Alô, Rosinha!.

Jornal do Commercio  -  Rio de Janeiro  -  pg.   -   22/5
Ato pela dignidade, no Centro
Clarissa Thomé, da Agência Estado

Munidos de apitos e narizes de palhaço, cerca de 200 pessoas fizeram passeata ontem, na Cinelândia, em defesa da "dignidade nacional". O evento, que ocorreu em 22 cidades simultaneamente, começou a tomar forma no site de relacionamento Orkut e foi motivado no "cenário político do País, em que surge um novo escândalo por semana", nas palavras da estudante de direito Glauce dos Reis, de 22 anos, uma das organizadoras.

"Hoje somos poucos, mas as, Diretas Já e o movimento que terminou no impeachment do Collor também eram. O importante é que as pessoas tenham espaço para dizer o quanto estão indignadas", afirmou Glauce.

Mobilização

O evento reuniu atrizes como Christiane Torloni e Lúcia Veríssimo, parentes de vítima da violência, como Cleide Prado Maia, que perdeu a filha de 14 anos, atingida por bala perdida, funcionários da Varig, servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que estão em greve, além de pessoas mobilizadas por blogs, sites e Orkut.

"Chegamos no limite. Nossa dignidade está em jogo. Não dá mais para reclamar, tomando uísque no sofá de casa. É indo para a rua que a gente modifica as coisas", disse a atriz Torloni
 
Extra  -  Extra, Extra!  -  pg.   -   21/5
Na máquina registradora
Berenice Seara

As contas da governadora Rosinha Garotinho cada vez assustam mais aliados e não aliados. A ponto de quase virar paranóia. Na Assembléia Legislativa, por exemplo, comenta-se que o rombo na execução orçamentária do estado pode chegar a R$1,5 bilhão. Fora o saldo de restos a pagar, que estava em R$2 bilhões e teria aumentado em R$100 milhões só este ano.

E o quadro, assustador, não seria só o resultado da queda da arrecadação, mas também de erros administrativos.

Caixa preta

E o silêncio do Tribunal de Contas (TCE) sobre o assunto só contribui para as especulações. O principal tema da reunião da frente formada por PFL, PPS e PV, anteontem, no Palácio da Cidade, foi a dificuldade de obter com TCE dados sobre a situação real do estado.

O tribunal chegou a dizer que encontrou irregularidades em contratos. Mas sobre as contas, nenhuma palavra.
 
O Globo  -  Opinião  -  pg.   -   21/5
Os perdedores

 
Tema em discussão: Greve na Uerj

Nossa opinião

A disputa entre o governo do estado e a Uerj, como sempre acontece nesses casos, tem como principal vítima os alunos, que são a própria razão de ser da universidade. Alunos reais e em potencial, pois se for confirmado o adiamento do vestibular — questão que poderá ter seu desfecho na Justiça — serão atingidos também os que apenas pretendem iniciar o curso superior na Uerj. E que por sinal nem sabem se e quando terão de volta o dinheiro da taxa de inscrição.

É certo que não se pode negar a precariedade absoluta da situação em que se encontra a Uerj e a justeza das reivindicações salariais dos professores. A universidade tem rampas escoradas por andaimes, porque já houve um desmoronamento (felizmente em fevereiro, durante as férias, e por isso sem vítimas), baldes aparando a água que escorre de vazamentos enquanto falta nos bebedouros, sistemas contra incêndio sem mangueiras e uma deterioração geral; e não há previsão de reformas porque não há dinheiro para elas: em março a verba de custeio da Uerj sofreu um corte de 25%. Quanto aos salários, anos de congelamento conduziram a uma situação intolerável e ao atual e compreensível grau de indignação.

Ainda assim, entrar em greve não pode ser o instrumento preferencial de que os professores dispõem para fazer protestos e apresentar reivindicações. Desde já é previsível que ao fim dessa paralisação, que está perto de completar dois meses, os grevistas anunciarão que não haverá prejuízos para os alunos, pois as aulas perdidas serão devidamente repostas — o que reflete uma visão distorcida do ensino como uma espécie de mercadoria de compra e venda, e não como o processo gradual e cumulativo que é, a ser realizado em etapas sucessivas e complementares.

O governo estadual diz que não vai negociar enquanto a greve persistir, os professores sustentam que não retomarão as aulas na situação atual. Em silêncio ficam os alunos, que são os mais prejudicados e a parte mais fraca.

Outra opinião

Desconstrução
Egberto de Moura

A Uerj é a primeira, a mais tradicional e mais consolidada das instituições de ensino superior sob responsabilidade do poder público estadual. É este patrimônio que se encontra ameaçado.

O desmoronamento no prédio principal da Uerj é apenas a implicação mais evidente de uma sucessão de cortes orçamentários (50% do previsto para 2006, a que se propõe agora mais 25% no custeio), além da aguda desvalorização salarial (nenhuma reposição nos últimos cinco anos), que comprometem o legado humano e material da Uerj.

Não se constrói uma universidade a partir do nada: para desempenhar seu papel, em termos de excelência acadêmica, inovação, expressão cultural e relevância social, ela tem que atrair e manter os profissionais que dão alma ao projeto, fornecendo-lhes recursos para sua tarefa. Na última década, a Uerj reuniu essas condições, resultando em sua ampliação e consolidação, em grande parte graças à expansão de sua pós-graduação. Isso se deveu à iniciativa de seus professores, que captaram não apenas verbas dos órgãos de fomento como interesse, confiança e reconhecimento da sociedade.

São 54 cursos de graduação, com 25 mil alunos, e 38 programas de pós-graduação, com 2.500 alunos. Esses programas levantaram, só em 2005, R$18 milhões de fontes externas ao governo do estado. Mas a Uerj está chegando ao limite no que se refere à captação de recursos. Manutenção de infra-estrutura básica e despesas de pessoal é a contrapartida mínima exigida pelas agências que vêm financiando os projetos. É o que se está negando, como final do processo de abandono das responsabilidades do governo do estado com a educação pública.

Os coordenadores dos programas de pós-graduação da Uerj conclamam a sociedade do estado, reconhecendo as razões da greve, a emprestar sua voz em defesa da Uerj.

EGBERTO DE MOURA é professor da Uerj.
 
Jornal do Commercio  -  Rio de Janeiro  -  pg.   -   21/5
Atenção à Uerj

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que não pode intervir na decisão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) de não realizar o vestibular 2007. Segundo Haddad, o sistema estadual é absolutamente autônomo e não responde, sequer, ao Conselho Nacional de Educação. No entanto, o ministro acredita que possa destinar recursos à universidade. Em relação à nova greve de professores de escolas federais no Rio, ele afirmou que o Governo não vai voltar atrás na decisão de conceder aumento aos servidores.

"Nós temos atendido muitas universidades estaduais, sobretudo, aquelas que se mobilizam e conseguem aprovar emendas no orçamento da União, o que facilita muito o trabalho do Ministério da Educação. As bancadas estaduais se mobilizam no Congresso, aprovam emendas favorecendo as universidades e o MEC tem sido muito sensível a esta mobilização. Não haveria nenhum tipo de restrição para que nós considerássemos essa possibilidade", afirmou.

No último dia 17, funcionários dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), Escolas Agrotécnicas, Colégio Pedro II e Colégios Militares entraram novamente em greve por tempo intederminado. O motivo seria o não cumprimento de acordo assinado em dezembro do ano passado, estabelecendo reajuste salarial de 12% para professores de 10 e 20 graus, em até 30 dias após o fim da greve, que durou quase 90 dias. Também foi acordada a implantação da segunda fase do Plano de Carreira dos Técnico-Administrativos, com efeitos financeiros em janeiro de 2006.

"Há um mal entendido porque o projeto de lei ainda não tinha sido enviado para o Congresso Nacional. Houve atraso por conta do orçamento, que só foi votado recentemente. O acordo prevê R$ 147 milhões para os professores e nós vamos honrar o que foi combinado. Levamos ao conhecimento da categoria e pedimos compreensão para que aguardem até o final do mês o envio do projeto, para que o servidor tenha seu direito respeitado", afirmou o ministro.

Extra  -  Geral - Hoje  -  pg.   -   20/5
Apreensão entre os candidatos a cotas na Uerj
Patrícia Alves

Estudantes que poderiam entrar na faculdade pela reserva de vagas vêem chance mais longe

Com a suspensão do vestibular da Uerj, os candidatos que esperavam entrar na universidade pelo sistema de cotas — vigente apenas nas unidades estaduais de ensino superior — temem ver a chance de cursar a faculdade se perder. No curso pré-vestibular comunitário da ONG Educafro, a apreensão é grande. A Uerj tem hoje nove mil cotistas entre seus 23 mil alunos.

Há 20 anos sem estudar, Rosângela Silva, de 38 anos, aluna do Educafro, viu na cota para negros a possibilidade de realizar o sonho de se formar em Serviço Social:

— Estou há muito tempo longe da escola, não acho que consiga entrar em outra universidade, concorrendo de igual para igual com todos os candidatos. Espero que a Uerj volte atrás na decisão.

Falhas da rede

Para a estudante Camila Nogueira, de 16 anos, a reserva de vagas para alunos de escolas públicas compensaria as falhas da rede estadual, na qual está concluindo o ensino médio.

— Este ano, tivemos um mês de greve e as aulas não estão sendo repostas. Os professores simplesmente pulam conteúdos. Como vou passar em outra universidade, com concorrentes de bons colégios? — questiona Camila, que sai de Bangu para o Centro todas as noites para cursar o pré-vestibular da Educafro.

Segundo o coordenador de Políticas Públicas da ONG, Fábio Mendes, a instituição está cobrando da Uerj a manutenção do concurso:

— Também pedimos que sejam mantidos os dois exames de qualificação, que são duas oportunidades de passar.

Ministério da Educação pode ajudar

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem que pode repassar recursos financeiros para a Uerj por meio de emendas parlamentares. Ele afirmou que o ministério tem atendido muitas universidades estaduais, principalmente as que se mobilizam e conseguem aprovar emendas no Orçamento da União.

— O MEC tem sido muito sensível a estas mobilizações. Não haveria nenhuma restrição para que considerássemos repassar recursos para a Uerj — avaliou Haddad.

O ministro explicou que o governo federal não tem como intervir para que o vestibular seja realizado, porque a universidade está ligada ao sistema estadual de educação, que é autônomo.

O governo estadual alegou ontem que tem investido na Uerj mais dinheiro a cada ano e que o orçamento da universidade em 1995 era de R$277 milhões, passando para R$404 milhões em 1999 e chegando em 2005 a R$520 milhões.

Extra  -  Viva Mais  -  pg.   -   20/5
Pedro Ernesto suspende novas consultas e transferências

 
O funcionamento do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), que já sofre as conseqüências da greve da Uerj, pode piorar ainda mais. A unidade está sem marcar consultas para pacientes novos e sem fazer transferência de doentes de outras unidades.

Seis das 20 salas cirúrgicas estão desativadas. Os anestesistas serão transferidos para a nova maternidade no dia 30, data de inauguração do setor e, de acordo com a direção, não há possibilidade de contratar novos especialistas. O orçamento do hospital é de R$5 milhões por mês, mas o ideal seria que recebesse R$7 milhões.
 
Jornal do Brasil  -  Cidade  -  pg.   -   20/5
Professores mantêm greve mesmo sob ameaça
Joana Dale

Os servidores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) vão manter a greve, que hoje completa 48 dias, mesmo depois de a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação informar que não vai negociar questões de orçamento e salários enquanto as aulas estiverem paralisadas. A decisão dos grevistas tem o aval da diretoria da Uerj. Na terça-feira haverá uma assembléia com os funcionários para decidir qual será o próximo passo a ser dado.

Em nota enviada ao reitor Nival Nunes de Almeida, quarta-feira, o secretário estadual de Ciência, TeCnülogia e Inovação, Wanderley de Souza, disse ter recebido os funcionários antes do início da greve e informado que não haveria reajuste salarial.

- O secretário diz não negociar com os professores em greve, mas a verdade é que ele nunca apresentou propostas reais - rebate a professora Denise Brasil, vice-presidente da Associação. dos Docentes da Uerj (Asduerj).

Wanderley sustenta a decisão e avisou que a suspensão de salários dos funcionários em greve já está autorizada. Segundo o secretário, a medida foi anunciada ao reitor no primeiro dia da paralisação, em 3 de abril.
Ainda de acordo com Wanderley, Nival Nunes não comunicou os cortes ao diretores dos departamentos. Já os funcionários que estiverem trabalhando devem se comunicar com a Secretaria de Administração para continuar a receber. A Associação dos Docentes diz que não quer entrar em uma queda-de-braço para disputa de poder com a secretaria responsável por cuidar da verba da universidade.

O Dia  -  Geral  -  pg.   -   20/5
Socorro à Uerj poderá vir de Brasília

 
Ministro diz que basta aprovação de uma emenda no Congresso

A falta de recursos na Uerj pode ser solucionada com ajuda do governo federal. Em visita ao Rio, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou ontem que pode repassar dinheiro para a universidade. A crise na instituição ameaça até a realização do vestibular 2007.

A fórmula encontrada pelo ministro passa pelo Legislativo em Brasília. Durante evento na Associação Comercial, ele disse que é necessária a aprovação de emenda constitucional na Câmara de Deputados, solicitando o repasse da verba.

Em 2005, a Uerj recebeu R$ 38 milhões do governo estadual, R$ 8 milhões a menos do que os R$ 46 milhões liberados no orçamento de 2002. Segundo o reitor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, a quantia é insuficiente. “Para atender a todas as necessidades da universidade, precisaríamos de pelo menos R$ 57 milhões por ano”, afirmou.

O reitor criticou a decisão do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, de recorrer à Justiça para forçar a realização da seleção de alunos. “Ele deveria se preocupar mais em angariar recursos para recuperar a instituição do que em se meter em nossos assuntos internos”, disparou.

O vestibular da Uerj foi suspenso por tempo indeterminado pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão, na terça-feira. Os conselheiros vão se reunir na próxima semana para discutir a polêmica, cuja primeira prova seria realizada dia 25 de junho.

A greve será debatida terça-feira, quando haverá ato público de apoio à paralisação no auditório 71 da Uerj, às 16h. O governo já anunciou que cortará o ponto de professores e funcionários, parados há 48 dias.

O Globo  -  Cartas dos Leitores  -  pg.   -   20/5
Cartas dos Leitores: greve na Uerj

Lamentável a declaração do secretário de Ciência e Tecnologia, que alega desconhecer “o milagre que permite à Uerj crescer com reduções sistemáticas no orçamento”. Não se trata de milagre, mas de empenho, dedicação e compromisso social e profissional dos professores e servidores. A continuar esta política, quem sabe em breve não teremos que pedir aos alunos que cuidem da limpeza dos banheiros?

ASTROGILDO V. DE OLIVEIRA JR
professor do IEFD da Uerj (via Globo Online, 19/5), Rio

O governo do estado afirma que a Uerj nunca foi tão aquinhoada quanto nesta administração. Fatos: queda de um pedaço de dez toneladas de uma passarela; congelamento dos salários dos docentes há cinco anos e meio; congelamento do número e valor das bolsas dos alunos há seis anos e meio; redução da verba de custeio, para pagamento das contas essenciais, em quase 18% entre 2003 e 2005; não-liberação de todo o dinheiro destinado às obras, autorizado em emenda do orçamento de 2005; ameaça de corte de 25% do orçamento da universidade; nenhuma negociação com a governadora. Em quem você acreditaria?

CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA MENDES
(via Globo Online, 19/5), Rio

Finalmente as pessoas acordaram para o caos em que se encontra a Uerj, com o corte do vestibular, que atingiu todas as camadas da sociedade, e a greve, que dura mais de 45 dias. Infelizmente esse corte foi necessário para fazer valer o direito de os jovens estudarem em condições decentes e de os professores receberem o aumento a que têm direito. O mais engraçado é que um governo que até ontem tinha o ex-secretário de Segurança Anthony Garotinho engajado em uma greve de fome critica a dos profissionais de educação... Quero estudar, não posso?

RAFAEL DIAS
(por e-mail, 19/5), Rio

O que mais precisa ser feito para a governadora entender a necessidade de se dar aumento aos professores e servidores da Uerj? Ela vai continuar com o descaso e levar a greve até o fim do seu mandato como faz com todas as outras? Ela precisa saber que o patrão dela somos nós; ela não é nossa patroa. Já são mais de cinco anos sem aumento. Enquanto isso os alunos esperam para ter reposição de aulas em janeiro e fevereiro em salas sem ventiladores.

MARCELO DE SOUZA OLIVEIRA
(via Globo Online, 19/5), Rio
 
O Globo  -  On line  -  pg.   -   20/5
Rosinha pode ir à Justiça para garantir vestibular da Uerj

A governadora Rosinha Matheus disse, neste sábado, que, se for preciso, recorrerá à Justiça para garantir a realização do vestibular da Uerj 2007. Na última terça-feira, o Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro decidiu suspender o calendário do concurso, por tempo indeterminado, em função da crise financeira da instituição. Com isso, o primeiro exame de qualificação, marcado para o dia 25 de junho, está cancelado.

Rosinha determinou que o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, procure, já na segunda-feira, os membros do conselho para chegar a um acordo. A governadora disse que o governo está aberto a negociações e que espera que o bom senso prevaleça.

Ainda assim, Rosinha não descartou a possibilidade de levar o caso para a Justiça, em prol do interesse dos 70 mil candidatos inscritos para o vestibular
 
O Globo  -  Rio  -  pg.   -   20/5
Uerj: ameaça do governo de cortar ponto não dá fim à greve
Dimmi Amora

Servidores que estão trabalhando pedem para receber salário

A ameaça do governo do estado de cortar o ponto de todos os funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e suspender o pagamento de maio está levando servidores a pedirem diretamente ao governo que não cancele o pagamento. Ontem, cerca de 200 profissionais enviaram ofício à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e à Secretaria de Administração informando que continuam trabalhando. A reitoria da universidade não quis falar ontem, mas até agora não atendeu à determinação do governo estadual de cortar o ponto dos servidores.

A pressão do governo, contudo, não está sendo suficiente para acabar com a greve iniciada em abril e nem para fazer a universidade voltar atrás na decisão de suspender, por tempo indeterminado, as provas do vestibular 2007, marcadas para junho deste ano.

Grevistas querem aumento e fim do corte de verbas

Ontem, numa reunião à tarde, as associações de docentes, alunos e funcionários decidiram manter o movimento até que a governadora Rosinha Garotinho comece a negociar. Os grevistas querem reajuste de salários e das bolsas estudantis, fim do corte de 25% das verbas de custeio e recursos para obras nos campus da Uerj, que estão em mau estado de conservação.

Para Nilda Alves, diretora da Associação dos Docentes da Uerj, a ameaça do governo de cortar o ponto e não pagar os salários não passa de um factóide. Ela lembrou que o pagamento do mês de maio refere-se à folha de ponto da universidade do mês de março, quando a UERJ ainda não estava em greve.

Segundo a diretora, os serviços essenciais estão funcionando, inclusive o Hospital Universitário Pedro Ernesto, e não haveria como separar, na Secretaria de Administração, os servidores que estão trabalhando dos que aderiram à greve.

— Essa é uma tentativa de desviar a atenção da população para o fato de que a Uerj não tem condições de receber novos alunos, por causa da falta de recursos e da defasagem salarial dos funcionários, entre outros problemas — disse Nilda. — Caso o salário dos servidores não seja depositado, serão tomadas medidas jurídicas contra o governo. Parte dos servidores está trabalhando para manter serviços essenciais funcionando.

Servidores vão fazer ato no escritório de Sérgio Cabral

O governo ameaçou, mas até agora não entrou na Justiça para garantir o vestibular de 2007. Como a Uerj tem autonomia administrativa, a reitoria não é subordinada a decisões do governo e este não pode determinar a realização das provas. De acordo com a assessoria da Secretaria de Ciência, o governo espera que, na próxima terça-feira, o Conselho de Ensino possa voltar atrás na decisão de suspender o vestibular. Um integrante do conselho disse que a revisão é difícil porque o assunto não está na pauta do encontro.

Na segunda-feira, os servidores em greve vão fazer um protesto no Centro do Rio. Eles vão ao escritório do senador Sérgio Cabral Filho (PMDB) pedir que ele tome conhecimento da situação da universidade e marque um encontro entre os grevistas e a governadora. O Ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem no Rio que o ministério poderia encaminhar recursos para a Uerj através de emendas parlamentares, mas que não poderia intervir na universidade para que seja realizado o vestibular de 2007.

Folha de São Paulo  -  On line  -  pg.   -   20/5
Governo do Rio estuda medida judicial para realizar vestibular
 
A governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), estuda a possibilidade de recorrer à Justiça para garantir a realização do vestibular da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

O Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) suspendeu o concurso 2007, que já tinha a primeira prova marcada para junho. Representantes da universidade alegam como motivo a falta do repasse de verbas para a instituição.

Em seu programa de rádio, a governadora disse ter determinado ao secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, que procure, nesta segunda-feira (22), os membros do conselho, na tentativa de um acordo.

O orçamento da universidade, que em 1995 era de R$ 277 milhões, chegou a R$ 520 milhões em 2005. O governo alega que o orçamento é superior ao da maioria dos 92 municípios fluminenses. 
 

Luiz Biondi e Carlos Alberto
Direção da FEN
Gestão Participativa



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