Greve - Notícias 12

Criada em 28/05/2006 14:00 por dirfen_biondi_ca | Marcadores: aluno fen func prof

Reproduzimos matérias publicadas no CLIPPING UERJ.

Folha Dirigida  -  On line  -  pg.   -   24/5
Uerj: professores mantém greve
Henrique Coelho

Em assembléia realizada nesta terça, 24, os professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro decidiram manter a greve iniciada no dia 3 de abril. O corte de ponto dos funcionários parados foi duramente criticado pelos profisssionais.

O reitor da Uerj, Nival Nunes, também voltou a fazer críticas ao tratamento dado pelo governo do estado à instituição. O dirigente reclamou das declarações do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, que durante coletiva realizada na última segunda-feira, dia 22, no Palácio Guanabara, ameaçou cortar o ponto dos grevistas.

"O governo está equivocado. Mais uma vez eles se mostram intransigentes, pois não sabem o que é autonomia universitária nem lidar com  educação".

Warderley de Souza informou, em nota, que "cortar o ponto dos grevistas é uma imposição legal".  Segundo o secretário, não há possibilidades de reajuste salarial, mas ele está disposto a receber a categoria.
 
O Dia  -  Geral  -  pg. 07  -   24/5
Liberação de verba gera mais conflito

Em meio ao embate entre servidores da Uerj e o governo do estado, a autorização para a Faperj repassar R$ 1,5 milhão divididos entre a instituição e a Uenf gerou mais discórdia. Professores receberam o anúncio como promessa sem data para ser cumprida e decidiram manter a greve, iniciada em 3 de abril.

Diretora da Associação de Docentes da Uerj, Inalda Pimentel alega que a verba para a graduação é obrigação do governo, não da Faperj. "Nada garante que o dinheiro será repassado de imediato", diz, tratando-o como paliativo. Ano passado, repasse igual só foi recebido em abril deste ano.

A Secretaria de Ciência e Tecnologia assegurou que a verba - para equipamentos e livros - estrá à disposição em dois meses, prazo para seleção dos projetos.
 
O Globo  -  Cartas dos Leitores  -  pg.   -   24/5
Greve na Uerj

 
Muito se tem falado sobre os prejuízos que podem ser causados aos alunos que vão prestar vestibular, aqueles que estão entrando. Mas nada foi dito sobre os alunos que estão saindo! Curso engenharia mecânica e este deveria ser meu último período.

Fui aprovado no concurso da Eletronuclear para engenheiro mecânico, um grande sonho meu. Trabalhar nas usinas de Angra 1 e 2. Deveria me formar em julho e apenas esperar a convocação, mas a greve me assusta! Se a Uerj não voltar, posso perder essa grande oportunidade.

Acredito que existam outros iguais a mim, ou em situações semelhantes, esperando serem efetivados em seus estágios.

ITAMAR DE SOUZA FERREIRA JÚNIOR (por e-mail, 23/5), Rio

O Globo  -  On line  -  pg.   -   24/5
Professores da Uerj decidem manter a greve
Cláudio Motta

Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiram, em assembléia nesta terça-feira, manter a greve iniciada em 3 de abril. Os manifestantes também criticaram o corte do ponto dos funcionários parados, anunciado pelo secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza. Ele explicou que é impossível o governo estadual reajustar os salários dos grevistas, mas disse que está disposto a receber a categoria.

- A greve é por salários maiores mas não há possibilidade de reajuste. Cortar o ponto dos grevistas é uma imposição legal - afirmou.

Em nota, a Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação informa que só vai pagar os salários dos servidores da universidade que encaminharam ofício dizendo que estão trabalhando.

Na quinta-feira, o reitor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, terá uma reunião com representantes do Departamento de Seleção da universidade, responsável pela organização do vestibular Estadual 2007, cujo calendário foi suspenso no último dia 16. Ele quer saber até quando a instituição poderá aguardar para marcar as possíveis novas datas do concurso. A primeira prova estava prevista inicialmente para 25 de junho.

A Procuradoria-Geral do Estado já encaminhou um ofício à Uerj pedindo esclarecimentos sobre a suspensão do calendário do concurso. A reitoria terá um prazo de 48 horas para apresentar as justificativas. Caso contrário, os advogados do estado prometem entrar com uma ação na Justiça para garantir a realização do vestibular.

Protesto de estudantes

Estudantes do ensino médio fizeram um protesto, nesta segunda, contra a suspensão do vestibular, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual. A manifestação parou o trânsito na Praia de Botafogo. Alunos de vários colégios públicos e particulares cantaram juntos o Hino Nacional.

A suspensão do vestibular da Uerj foi anunciada no último dia 26. Foi uma decisão tomada por um conselho formado por professores, funcionários e alunos da universidade. Os motivos alegados foram: a crise financeira e as precárias condições da Uerj. Inaugurada há mais de 30 anos, a universidade nunca passou por uma grande reforma

Jornal do Commercio  -  Rio de Janeiro  -  pg.   -   24/5
Uerj: Procuradoria Geral pede esclarecimentos

 
A Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia informou ontem que a Procuradoria Geral do Estado encaminhou ofício à Uerj pedindo esclarecimentos sobre a suspensão do calendário do vestibular.

A reitoria terá um prazo de 48 horas para apresentar as justificativas. Caso não atenda a solicitação, procuradores entrarão com uma ação na Justiça.

Povo  -  Geral  -  pg.   -   24/5
Crise entre Governo e Uerj se agrava

Funcionários em greve se revoltam com o corte de ponto decretado pelo estado

A comunidade acadêmica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) se reuniu ontem para definir a posição da instituição em relação ao corte de ponto, decretado pelo Governo do Estado, em represália ao adiamento do vestibular da Uerj. Na noite de segunda-feira, o secretário de Ciência e Tecnologia divulgou nota em que informava que iria cortar o ponto dos docentes e servidores técnico-administrativos que estão em greve.

A convocação do Conselho Universitário (Consuni), maior órgão político da universidade, teve por objetivo reunir os movimentos organizados da Uerj, como a associação de docentes e a de funcionários e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), com a reitoria. O clima era de insatisfação geral e revolta contra a decisão do Governo do Estado.

Nilda Alves, representante da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), leu um documento, assinado por funcionários, docentes e estudantes, que falava sobre o atual momento pelo qual a universidade passa e criticava a decisão do corte de ponto, que fere a autonomia universitária, prevista na Constituição.

- Como se não bastasse o brutal ataque ao patrimônio público, o governo resolveu ferir a autonomia universitária, princípio constitucional que deve ser defendido e preservado acima de qualquer interesse.

Apoio ao reitor

O documento ainda manifesta apoio à reitoria, que foi desautorizada pelo Governo do Estado no corte do ponto. A Constituição prevê que apenas o reitor pode decidir sobre pagamento de salários dos funcionários, já que esta é autônoma em relação ao governo.

- Enviei todas as planilhas sem o corte de ponto, já que a greve é um direito do trabalhador. No entanto, o governo passou por cima da minha decisão, o que prejudica a nossa autonomia - declarou o reitor, Nival Nunes de Almeida.

O clima ficou tenso quando foi lida a nota divulgada pela Secretaria Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação (Secti), dizendo que seis faculdades enviaram planilhas identificando os funcionários que deveriam ter o ponto cortado, entre elas, o Instituto de Física, Biologia e a Faculdade de Direito, além do Hospital Universitário Pedro Ernesto.

Na tarde de ontem, o Governo do Estado autorizou, em Diário Oficial, a liberação de R$ 1,5 milhão para a Uerj e para a Universidade Estadual do Norte F1uminense (Uenf). O anúncio já havia sido feito pela Secti na semana passada, mas os grevistas alegaram que o dinheiro, proveniente da Fundação Estadual de Fomento à Pesquisa (Faperj) não deve ser destinado a reformas na estrutura da universidade e sim para investimento em pesquisas no Estado.

A crise entre a Uerj e o Governo do Estado se agravou após o adiamento das provas de vestibular da instituição, feito durante sessão do Conselho de Pesquisa, Ensino e Extensão (Csepe) na semana passada. Em junho, a Uerj completa três meses de greve.

Na segunda-feira, cerca de 500 estudantes de escolas particulares, a maior parte da Zona Sul, protestaram em frente ao Palácio Guanabara. Eles foram recebidos pelo secretário Wanderley de Souza. Horas depois, foi divulgada uma nota decretando o corte do ponto.

Globo.com  -  RJ TV  -  pg.   -   24/5
Uerj: greve continua
 
RJ TV 2ª Edição 23/05/2006

A Procuradoria-Geral do Estado deu prazo de 48 horas para que a Uerj explique a suspensão do vestibular. Os professores decidiram continuar em greve.

Na tarde desta terça-feira, os professores fizeram mais uma assembléia. Durante duas horas, discutiram a decisão do governo do estado de cortar o ponto e suspender o pagamento dos grevistas. Em uma votação, a maioria resolveu manter a paralisação, que completou 51 dias.

“O pedido seria: vamos negociar. Nós temos uma pauta clara, entregamos essa pauta de maneira absolutamente respeitosa ao governo e nós precisamos discutir com que, efetivamente, possa dar algum tipo de decisão a essa questão”, ressaltou Nilda, representante dos professores.

Na segunda-feira, estudantes do Ensino Médio fizeram um protesto na porta do Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Eles pediram mais investimentos na Uerj e a realização do vestibular.

A Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia informou, nesta terça-feira, que a Procuradoria-Geral do Estado encaminhou um ofício à Uerj pedindo esclarecimentos sobre a suspensão do calendário do vestibular. A reitoria terá um prazo de 48 horas para apresentar as justificativas. Caso contrário, os advogados do estado prometem entrar com uma ação na Justiça para garantir a realização do concurso.

“A principal atuação da Uerj para a sociedade é abrir as suas portas a cada ano para o ingresso de 5 mil alunos. É dever do estado assegurar que os serviços que são pagos com recursos da sociedade sejam oferecidos à juventude fluminense”, finalizou o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza.

O secretário afirmou também que está disposto a receber os professores da Uerj. Ele informou que sugeriu à reitoria a criação de uma comissão para apresentar e discutir os problemas da universidade.
 
Extra  -  Geral - Hoje  -  pg.   -   23/5
Rosinha avisa que vai à Justiça por vestibular
Patrícia Alves

Governadora diz que não negocia com grevistas da Uerj e que Procuradoria vai agir para garantir provas

A governadora Rosinha Garotinho anunciou ontem que o governo do estado vai recorrer à Justiça para garantir a realização do vestibular da Uerj, suspenso por tempo indeterminado. O secretário de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, esteve ontem na Procuradoria do Estado, pedindo providências para a instauração de um processo judicial contra a universidade.

- Não tem negociação, eles nunca quiseram negociar conosco. Tomaram a decisão de suspender o vestibular sem nos consultar. Essa crise na Uerj é desnecessária. Não houve corte de verbas, os professores de lá ganham mais do que os das universidades federais. Vai haver vestibular. Se a universidade não marcar, quem vai marcar vai ser a Justiça - afirmou a governadora.

Autonomia

Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia, a verba destinada à universidade aumentou de R$ 2,9 milhões no primeiro trimestre do ano para R$ 3,1 milhões no segundo trimestre. A Reitoria da Uerj não quis comentar as declarações da governadora. O Departamento de Vestibular informou que um novo calendário para as provas de seleção está sendo elaborado.

Para a professora Iná Meireles, da Associação de Docentes, o governo está ferindo a autonomia da universidade:

- Suspender o vestibular foi uma decisão do Conselho Superior de Pesquisa e Extensão, que pode fazer isso. Não foram os grevistas que resolveram. O estado está fazendo terrorismo conosco, divulgando mentiras, como a de que somos bem pagos.

Estudantes fazem passeata

Vestidos com roupas pretas e fazendo apitaço, cerca de 500 estudantes de dez escolas fizeram passeata, ontem à tarde, em protesto contra a suspensão do vestibular da Uerj. Os alunos pediram ainda mais investimentos na educação.

A passeata partiu da Rua São Gemente, na altura do Colégio Santo Inácio, em Botafogo. Um ovo foi jogado no Palácio. Guanabara, mas não houve brigas ou confrontos.

De acordo com João Gabriel Costa Pinheiro, de 16 anos, um dos estudantes que levaram as reivindicações aos secretários de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, e de Governo, Ricardo Bittar, a solução para a suspensão do vestibular não foi encontrada:

- Achamos justo o adiamento, mas queremos que o vestibular seja realizado como o edital prevê, sem mudanças. O secretário se dispôs a receber uma comissão com a possibilidade de marcar audiência com a governadora.

Souza reconheceu que o prédio da Uerj precisa de reformas, que custariam R$ 6 milhões. No momento, segundo ele, o estado está investindo R$ 2,5 milhões em obras.
 
Folha Dirigida  -  Educação  -  pg.   -   23/5
Csepe pressiona governo e promete manter suspensão

 
O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe), da Uerj, adiou para a próxima quinta-feira, dia 25, a reunião do colegiado, inicialmente marcada para esta terça, dia 23.  O vestibular não está na pauta de discussões. Contudo, diante da decisão do governo de recorrer à Justiça, não está descartada a possibilidade de o assunto entrar na pauta em regime de urgência.

Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza, o concurso deverá fazer parte das discussões da reunião. Representante dos professores titulares no colegiado, Lená Medeiros de Menezes diz que não pretende voltar atrás em sua decisão de não discutir o concurso até que o governo reabra as negociações com os grevistas.

" Não estamos lutando apenas por melhores condições de salário. Queremos melhores condições de trabalho. É preciso condições para que possamos oferecer um ensino de qualidade. O aluno precisa de livros, de laboratórios, de condições dignas para estudar. Estamos lutando por isso. Estamos exercendo nosso direito de cidadania e ele nos trata como moleques", disse a professora.

Ela fez questão de lembrar que mudanças no calendário do vestibular não são uma situação inédita na universidade. "Há alguns anos, houve uma alteração no calendário. A Uerj começa o seu vestibular com bastante antecedência em relação às outras universidades, então há tempo para a realização do concurso. O conselho não tomou uma decisão intempestiva. Foi uma decisão difícil e muito pensada."

De acordo com a professora, Wanderley de Souza parece desconhecer a autonomia universitária. "Essa ameaça afeta a autonomia da universidade. Ele devia saber que educação não é desperdício e sim investimento. Lamento as palavras do secretário."

Também chocada com as declarações de Wanderley de Souza, a representante do Centro de Ciências Sociais no Csepe Maria Beatriz David mantém sua posição. "Não queremos prejudicar ninguém, apenas estamos lutando pela qualidade acadêmica da Uerj, o que é papel do colegiado. Estamos dizendo que existe um problema e que ele precisa ser resolvido. Não é apenas uma questão de salário. Não estamos fazendo chantagem, apenas queremos que o problema seja levado a sério", disse a professora.

"Não entendo com um secretário pôde fazer aquelas declarações. Ele não tem nenhum respeito pela autonomia universitária. Se fosse apenas um político isso já seria um contra-senso, mas é ainda pior se considerarmos que é um homem da ciência. Ele deixou claro que não quer dialogar. Disse que não recebe ninguém, que não há diálogo e que vai para a Justiça. Ele não respeita a autonomia universitária", criticou Beatriz David.

Folha Dirigida  -  Ensino Superior  -  pg.   -   23/5
Denúncia da Asduerj ainda aguarda apuração do MP

 
A Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) continua aguardando que o Ministério Público Estadual se pronuncie sobre a carta encaminhada pelo sindicato com denúncias contra o governo do estado. De acordo com a presidente Nilda Alves, o MP ainda não se manifestou. "Estamos aguardando que o MP se pronuncie. Até agora não tivemos nenhum retorno".

A assessoria do MP confirmou ter recebido a denúncia, mas deixou claro que ainda não há qualquer posicionamento oficial. A representação foi entregue no dia 17 de maio à Secretaria das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva e aguarda ser enviada para análise a um dos procuradores do órgão. Embora a Asduerj cobre uma solução rápida para o caso, o MP já avisou que não há prazo determinado para que a instituição se pronuncie. Como o material ainda não foi encaminhado, a denúncia pode demorar a ser analisada

A Asduerj quer que o MP esclareça as denúncias veiculadas pela imprensa de que órgãos do governo estariam desviando recursos públicos, enquanto as instituições estaduais de ensino superior sofrem com o corte de verbas. Para Nilda, é imprescindível que o MP investigue o caso. Na documentação formulada, o sindicato questiona o fato do governo reduzir os repasses para as instituições estaduais, o que estaria interferindo nas atividades básicas de custeio. "Nessa medida, preocupa a todos, em particular à representante, uma vez conviver com uma situação de penúria no que diz respeito aos interesses e necessidades da Uerj, com o que sempre se alega de recursos para as atividades mais comezinhas do dia-a-dia universitário", diz um dos trechos do documento.
 
Folha Dirigida  -  Educação  -  pg.   -   23/5
Estudantes fazem manifestação e pedem garantias de realização do vestibular

 
Estudantes de escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro fizeram uma manifesto na última segunda, dia 22, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Eles reivindicavam melhorias na educação pública e a garantia de que o vestibular 2007 da Uerj seja realizado. Com frases de efeito, faixas de protesto e entoando o Hino Nacional, os alunos provocaram um engarrafamento que se estendeu de Laranjeiras até Botafogo.

"Viemos aqui para defender o ensino público de qualidade, que é pouco acessível para todo mundo. A escola particular virou hoje uma necessidade para quem deseja ser alguém da vida", reclamou a estudante Julia Pereira, aluna do Colégio Pedro II. A vice-presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Santo Agostinho, Anna Beatriz Faria, foi mais direta: "O governo tem que pensar no futuro do povo, através de investimentos na educação".

Os líderes do movimento foram recebidos no Palácio Guanabara pelos secretários de Governo e Coordenação, Ricardo Bittar, e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza. Além de mais investimentos nas instituições públicas, eles reivindicaram a garantia de que o vestibular 2007 da Uerj será realizado. Eles saíram satisfeitos da reunião, dizendo que estão confiantes de que o governo estadual fará com que o vestibular aconteça.

"Os secretários nos asseguraram de que o vestibular vai acontecer. Por isso, entraram com o pedido de garantia disso na Procuradoria Geral do Estado. Isso mostra que o governo apoiou as nossas reivindicações", declarou André Reis, presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Santo Inácio.

Junto a representantes do CAP-Uerj, do Colégio Pedro II e da Escola Alemã Corcovado, ele entregou uma carta de reivindicação aos secretários estaduais.

Para João Gabriel Costa Pinheiro, aluno da 3ª série do ensino médio e representante do CAP-Uerj, a manifestação conseguiu atingir seus objetivos. "Estávamos com o receio de que só haveria um Exame de Qualificação, mas o secretário Wanderley garantiu que o formato do concurso será mantido com dois exames. Outra resolução é que o secretário se comprometeu a se reunir ou a visitar o CAP-Uerj, buscando alternativas para melhorar a infra-estrutura da escola.

Por fim, o secretário Bittar disse que vai receber o comando de greve da Uerj para uma audiência, que pode até contar com a presença da governadora Rosinha Garotinho", afirmou João Gabriel.
 
Folha Dirigida  -  Educação  -  pg.   -   23/5
Nova data depende do governo
 
Os 70 mil inscritos no primeiro exame de qualificação do Estadual 2007 devem aguardar o desdobramento das questões do vestibular para decidir se pedirão a devolução da taxa de inscrição. A orientação é da reitoria da Uerj, que lembra aos candidatos que o vestibular não está cancelado. Apenas o calendário foi suspenso.

Em entrevista, o vice-reitor da Uerj, Ronaldo Martins Lauria, afirmou que a intenção da universidade é realizar o concurso e receber bem os novos alunos. Para isso aguarda negociações com o governo.

De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, não haverá um novo prazo para inscrição e os candidatos que pedirem a devolução da taxa correm o risco de ficar fora do concurso. Isso porque com a suspensão do calendário da primeiro etapa, o concurso pode ter apenas uma prova nesta fase.

Segundo a assessoria de imprensa, no entanto, aqueles que desejam pedir a devolução da taxas podem preencher um requerimento no setor de protocolo. A devolução não está garantida, pois será preciso aguardar a decisão da Uerj sobre a questão.

O vestibular Estadual oferece vagas para a Uerj, para a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e para as Academias Militares de Polícia e de Bombeiros.

O pró-reitor de graduação da Uenf, Almy Junior Cordeiro, disse que irá aguardar até julho por uma decisão da Uerj sobre o concurso. A posição da Academia de Bombeiros é a mesma da Uenf, já a Academia de Polícia não se manifestou sobre a questão.

Mudanças no calendário não são inéditas   

A alteração em datas do vestibular não é novidade para a Uerj. Em 2002, depois de 77 dias de paralisação nas escolas do estado, o Csepe votou a favor do adiamento do primeiro exame de qualificação. Em 2003, também houve mudança nas datas das provas discursivas, em função da alteração da Lei de Cotas.

A diferença é que este ano as datas não foram adiadas, e sim, suspensas, e não há previsão para divulgação do novo calendário. Isso acontece porque o concurso está sendo usado pelos grevistas para forçar a negociação com o governo.

Em greve desde o dia 3 de abril, professores e funcionários lutam para que o corte de 25% do orçamento da instituição não seja efetuado e pelo reajuste de salário e bolsas estudantis. 

Representante dos estudantes no Csepe, Thiago Barreto, autor do pedido de suspensão do concurso, defende a decisão do colegiado. "Apesar do que diz o governo, o corte no orçamento foi efetuado. O que ele está fazendo é recompor o orçamento da universidade com verbas da Faperj. Não aceitamos isso."

Segundo o estudante, a estratégia de usar o vestibular como instrumento de pressão tem como objetivo chamar atenção da opinião pública sobre a crise na instituição. "Queremos forçar um diálogo sério com o governo."

Atualmente, a Uerj oferece 31 cursos de graduação. A universidade tem 23 mil alunos de graduação, dois mil professores e quatro mil funcionários, distribuídos entre os campus Maracanã, Duque de Caxias, Resende, São Gonçalo e Nova Friburgo.
 
Folha Dirigida  -  Educação  -  pg.   -   23/5
Para Niskier, crise da Uerj é fruto da “partidarização”
 
A crise enfrentada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que adiou por tempo indeterminado a data de aplicação da primeira prova de seu Exame de Qualificação do Vestibular Estadual/2007, também foi alvo de discussões na reunião promovida pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (Acrj). Questionado a respeito do impasse pelo embaixador André Guimarães, o secretário estadual de Educação, Amaldo Niskier, professor titular aposentado da Uerj, reconheceu as dificuldades atravessadas pela universidade e atribuiu a crise à partidarização das relações dentro da instituição.

"Em todos esses anos que vivi na universidade, desde a época em que era líder estudantil, nunca vi a Uerj numa situação tão precária como a de hoje. É uma barbaridade suspender o vestibular. Mas a Uerj se politizou enormemente. Hoje, não se elege um reitor sem fazer acordos político-partidários. Hoje, a Uerj é dominada pelo PSTU", explicou o secretário.

De acordo com Niskier, representantes da ala mais radical da Uerj fizeram agressões inaceitáveis à honra da governadora, que é a chanceler da universidade.

"Havia faixas e cartazes inacreditáveis espalhados pela Uerj e ninguém fez nada. Foram agressões pessoais à governadora e o reitor não teve autoridade para impedí-las ", salientou o professor catedrático da Uerj.

Com a radicalização das relações, Niskier não vê perspectivas imediatas de resolução nem da greve e nem da questão do vestibular. Nesse sentido, o titular da pasta de educação explica que conseguiu contornar a greve na rede estadual de ensino, encerrada no dia 28 de abril, através do diálogo com as lideranças sindicais que, por sua vez, sempre mostraram respeito pela sua figura.

"A greve da Uerj, por enquanto, é infinda devido à forma pouco civilizada com que as lideranças conduziram o movimento. Minha greve eu contornei. Sentei com as lideranças e dialoguei, num clima de respeito. Não sei se haverá esse vestibular. Não tenho a menor idéia de como essa situação vai se resolver", acrescentou o educador.

Folha Dirigida  -  Ensino Superior  -  pg.   -   23/5
Reitor da Uerj reage à ameaça de corte do ponto
Bruno Garcia

O reitor da Uerj, Nival Nunes, voltou a fazer críticas ao tratamento dado pelo governo do estado à instituição. O dirigente reclamou das declarações do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, que durante coletiva realizada na última segunda-feira, dia 22, no Palácio Guanabara, ameaçou cortar o ponto dos grevistas. "O governo está equivocado. Mais uma vez eles se mostram intransigentes, pois não sabem o que é autonomia universitária nem lidar com  educação".

Segundo Nival, as entidades sindicais tomarão as medidas necessárias para rechaçar a atitude do governo. Nival não poupou críticas às acusações do secretário de que os problemas da Uerj são oriundos de má gestão. "O secretário diz que o serviço público é assim mesmo, com banheiros quebrados. Como pode ser? O governo diz que está enviando valores para investimentos, mas este dinheiro não é suficiente", afirma o reitor, lembrando que desde abril uma solicitação de audiência com a governadora Rosinha Garotinho foi enviada mas até agora não houve resposta.

A Uerj pede a recomposição de seu orçamento para o mesmo patamar de 2005, mas até agora o governo apenas anulou o corte de 25% no custeio da instituição através de recursos que virão da Fundação de Amparo à Pesquisa (Faperj). De acordo com a reitoria, este valor é insuficiente e o ideal é que a cota fosse aumentada para R$3,3 milhões mensais. "Esta é a questão. O resto é incompreensão e intransigência do governo. O erro é deles, é estratégico. Como eles podem criar novas instituições? Como podem criar um centro universitário e dizer que é uma nova universidade? Isto é propaganda enganosa", acusa o reitor.

Secretário critica gestão de recursos na instituição 

Para o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, a Uerj deve buscar outros caminhos para o seu financiamento, além dos recursos do governo estadual. Outra crítica do dirigente é  que a instituição não vem aplicando satisfatoriamente os recursos que recebe. Durante um debate público na semana passada, Wanderley afirmou que a Uerj vive um de seus melhores momentos e que não houve redução, mas ampliação dos recursos.

Também na semana passada, o secretário avisou que o governo vai endurecer o diálogo. Além de entrar na Justiça contra a suspensão do vestibular, Wanderley deixou claro que não negociará enquanto os servidores continuarem em greve. O vestibular da Uerj foi suspenso por tempo indeterminado por decisão do Conselho de Ensino e Graduação. Mas, segundo o secretário, não há motivo para prolongar a crise. Em nota oficial, Wanderley explicou que sindicatos de professores e técnicos-administrativos já sabiam que não havia possibilidade de reajuste para este ano. O outro motivo da paralisação, o corte de 25% no orçamento mensal da Uerj, já está resolvido.

"Isso deixa claro que a greve foi decretada pela questão do reajuste, embora os sindicatos digam que estão em greve por causa da crise financeira. Não é uma greve em defesa da qualidade. O que eles querem é dinheiro no bolso", argumenta Wanderley. A possibilidade de cortar o ponto dos grevistas não está descartada. A secretaria havia solicitado à reitoria que cortasse o ponto dos grevistas. Como isso não foi feito, o secretário fez o pedido diretamente à secretaria estadual de Administração. Os funcionários avisaram que pretender entrar na Justiça, caso isso aconteça.

Corte de ponto dos grevistas pode parar na justiça 

Os grevistas da Uerj garantem que o corte de ponto proposto pelo secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, não deve ir adiante. "A suspensão do pagamento pode ser contestada na Justiça, pois cortaria o pagamento até de quem estiver trabalhando", diz a coordenadora do DCE, Paula Almada. Sindicalistas explicam que, como a Uerj não informou ao governo quem são os servidores que não estão trabalhando, a secretaria estadual de Administração seria obrigada a suspender o pagamento de todos.

Nesta terça-feira, dia 23, a Associação de Docentes (Asduerj) realiza uma assembléia para discutir o assunto. No mesmo dia, representantes de todas as categorias participam de um fórum conjunto. Para Paula Almada, a greve não será enfraquecida pelas ameaças do secretário. "A fala do professor Wanderley é uma clara tentativa de enfraquecer o nosso movimento. Ele sugeriu que quem estiver trabalhando deve enviar uma carta para avisar. Isso não tem cabimento".

A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Estado (Sintuperj), Perciliana Rodrigues, também deixa claro que a paralisação vai continuar. "Isso reflete o sentimento de indignação da população. Se hoje a Uerj mantém alguma competência, é pelo seu próprio esforço, pois cada servidor assumiu um compromisso político na sua função. A política de descentralização dos recursos e de sustentar apenas 30% da instituição é um equívoco de governo e o objetivo final é a privatização", lembra a sindicalista. Na próxima quinta-feira, dia 25, os servidores realizam uma aula pública em frente ao Cap-Uerj.

O Globo  -  Cartas dos Leitores  -  pg.   -   23/5
Apoio à Uerj

Ao contrário do que afirma o editorial "Os perdedores" (21/5) e o professor da Uerj Egberto de Moura no editorial "Desconstrução", 21/5), não houve o corte de 25% no orçamento da universidade. Pelo contrário, a cota mensal de custeio da Uerj, que em abril era de R$ 2.938.696,00, passou a ser, a partir deste mês, de R$ 3.012.000,00.

O campus Maracanã da Uerj, inaugurado em 1974, nunca tinha passado por uma grande reforma em 32 anos. Em junho de 2005, o governo do estado destinou R$ 1,5 milhão para obras importantes na estrutura do prédio. De janeiro até agora, já foi liberado mais R$ 1,2 milhão para outras obras de reforma e recuperação de suas instalações.

Quanto à captação de recursos externos pela universidade, só a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa (Faperj) destinou no ano passado R$ 25,5 milhões para projetos de apoio ao ensino de graduação, pós-graduação e pesquisa, valor superior aos R$ 18 milhões captados pela Uerj em 2005 e mencionados no artigo de Egberto de Moura.

Os salários dos docentes da Uerj são sempre superiores aos dos docentes da UFRJ, por exemplo, tanto os de professores-adjuntos em início de carreira como os dos professores titulares, no topo da carreira. Reconhecemos que há necessidade de algum reajuste, mas afirmamos que os salários da Uerj não estão fora da realidade das universidades públicas brasileiras. Como se vê, os investimentos estão sendo feitos.

Asseguramos que poucas universidades brasileiras vêm sendo apoiadas como a Uerj.

WANDERLEY DE SOUZA secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (por e-mail, 22/5), Rio
 
O Globo  -  On line  -  pg.   -   23/5
Estudantes protestam em frente ao Palácio Guanabara
Claudio Motta

Cerca de 500 alunos estão em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do estado, em Laranjeiras. Eles protestam contra o corte de verbas da Uerj, pedem mais qualidade no ensino e mais investimento na educação.

Os estudantes vão ler um manifesto e o entregarão ao chefe de gabinete do governadora Rosinha Garotinho.

Luiz Biondi e Carlos Alberto
Direção da FEN
Gestão Participativa



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